Angustia
Viver,
Angústia
de sofrer.
Estar
vivo,
Não
estar aqui ou alí é o meu querer.
Surgir
em outro lugar que não lá ou cá.
Por
que rir se motivo não parece haver.
E
para felicitar não há.
Cobram-me
alegrar.
Suscitam-me
não chorar.
Impugnam
meu sofrer,
Por
meus motivos nem imaginar.
Percebo,
noto e me deixo aprender,
Que
o que mais os incomodar é meu sofrer.
Mas
sofrer é condição sinequanom para meu existir.
Dizem-me:
“Todos sofrem”, então por que não posso eu neste meio me incluir.
Não
vou mais chorar,
Enquanto
no mundo, sofrimento houver.
Não
vou mais sorrir,
Enquanto
a felicidade estiver por vir.
Incoerente,
Este
não sou eu,
Mas
a vida que oferece o sorriso meu,
Pelo
sofrimento, de outros, persistente.
Já
dizia o poeta:
“Tenho
de aprender que uns nascem
Pra
sofrer, enquanto outro ri”.
Estou
no primeiro grupo,
mas
alegro-me por conhecer quem esteja no segundo.
Confesso
que é uma alegria tímida,
mas
é uma alegria.
Contudo,
toda alegria me intimida.
Sinto
a vida me tomar a cada dia,
Sinto
a vida me tragar a cada instante,
Por
que insistir tentar alegria,
Se
a inexorável me cerca pulsante.
Não
sigo o caminho da luz,
Não
encontro a escuridão.
Este
sim, um esconderijo
Que a mim seduz.
Fernando Guedes
19/12/2013
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