Autor em Evidência

Meus amigos, é um absurdo o que está acontecendo com esses profissionais. Essa sim deve circular para todos nossos amigos.

Campanha “O AUTOR EM EVIDÊNCIA”.

Com adesão imediata de amigos compositores, dramaturgos e roteiristas, entre outros, Alfa Santos lança em Salvador a campanha “O Autor em Evidência” , que visa mobilizar a classe artística e o público de um modo geral em prol de agregar reconhecimento e melhorias nas formas e condições de arrecadação e distribuição dos direitos autorais, tendo como base a consciência de que é ele, o autor, o responsável pela proposta e o pontapé inicial no surgimento de toda obra. E nos dias de hoje, por praticidade (a qual Alfa Santos denomina de superficialidade) de informação, nem sequer menciona-se o nome desse profissional na apresentação, execução ou divulgação de quaisquer obra, sobretudo a musical, que está tendo em seu consumo um apuro muito menos expressivo.
Ressalte-se ainda que, mesmo parecendo “advogar em causa própria”, o objetivo de Alfa Santos com essa campanha é reconquistar o espaço e o reconhecimento que lhes foram abruptamente tomados por descuidos e insensibilidades na apreciação das obras de arte coletivas, desconsiderando-as como um trabalho de grupo em que (os componentes estando ou não diretamente ligados), seu êxito se deve a um conjunto de contribuições imprescindíveis para o destino irrefutável da mesma.
Contribuição do amigo, compositor Alfa Santos

quarta-feira, 4 de julho de 2012

MIRAGENS


Quem vai de encontro a dor
no esboço da vida digerida dia a dia
põe uma bussola no coração, ou o coração numa bussola?
e se não resolvida a incoveniente questão, guarda-a no bolso da calça jeans envelhecida
como um relógio quebrado, que não se concerta e nem se joga fora
ou invade o mar, contaminado de fúria e esperança
para enfim naufragar-se em meio a transatlanticos indecifráveis?


O mar, a dor, o amor...
milagres singulares e quase intransponiveis que cabem num dia triste
o oceano me pertence! mas, a minha lágrima, eu sei, não me pertence
juntou-se a água do poço, do fundo do poço onde encontro-me agora
o fundo do poço, do meu umbigo e do meu ego, onde só enxergo a metade da corda que lançaram até mim.


E um vento quase parado, quase morto lá fora
soprava lentamente me anunciando o cheiro de sangue trazido dos campos de toda a minha América
mas, nesse momento a América não é minha!


Resta-me agora, alcançar a corda, por a cabeça ferida por estilhaços e pensamentos para fora do poço
e contemplar o espetáculo de esqueletos e almas, espalhados pelo grande sertão das minhas secas.
o mar não está aqui!
o mar não está em mim!

                                              Eliseu Júnior